METÁSTASE DE MELANOMA MALIGNO PARA BEXIGA.
Tema:
URO ONCOLOGIA
Palavras-chave:
Melanoma, metastase vesical.
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
Introdução: O melanoma maligno metastático para bexiga é um achado infrequente, com menos de 20 casos relatados na literatura nos últimos 10 anos.
Relato do caso: Paciente de 84 anos, feminino, com melanoma de vulva estágio IV, diagnosticado em março de 2020, feita primeira ressecção da lesão com margens exíguas 3mm, confirmando com imuno-histoquímica melanoma Breslow IV (7mm), não realizou linfonodo sentinela na ocasião. Em setembro de 2020 foi feita vulvectomia ampliada, ressecção de terço distal da uretra e linfadenectomia inguinal bilateral, com anatomopatológico: neoplasia pouco diferenciada compatível com melanoma nodular, ulcerada, nível clark IV, Breslow de 0.8mm, margens livres, a menor medindo 5mm, com 2 linfonodos comprometidos dos 3 sentinelas identificados. Tomografia de tórax e abdome, ressonância nuclear magnética de crânio e PET-TC de outubro 2020 sem alterações; a oncologia clínica iniciou em abril 2021 adjuvância. Em tomografia de controle do abdome feita em fevereiro 2022, foi identificada formação expansiva de aspecto vegetante de 22mm, localizada na parede posteroinferior da bexiga, com contornos irregulares, apresentando realce pelo meio de contraste endovenoso; sendo encaminhada para consulta urológica;
Em março de 2022 a paciente foi submetida a Uretrocistoscopia com evidencia de lesão de aproximadamente 8cm de largura no assoalho vesical, parede lateral esquerda e colo vesical, de aspecto solido, séssil, base extensa, coloração preta, elevando-se por aproximadamente 5cm na luz vesical, sugestiva de lesão maligna; resultado do anatomopatológico: Fragmentos de parede vesical apresentando infiltração por neoplasia invasiva pouco diferenciada, com focos de pigmentação, a lesão infiltra a lâmina própria e a camada muscular na amostra. Sendo considerada a hipótese de melanoma, foi solicitado imuno-histoquímico para definição da histogênese, indicando resultado com achados morfológicos e imuno-histoquímico compatíveis com melanoma invasivo em parede vesical.
Discussão: O melanoma maligno é um câncer comum e extremamente agressivo. O melanoma maligno primário do trato genital feminino representa 3% de todos os melanomas. No melanoma vulvar, as metástases são comunmente encontradas nos linfonodos inguinais, sendo as metástases para a bexiga raras. A metástase vesical é sintomática em15% dos casos, sendo a hematúria a apresentação mais comum. Para confirmar o diagnóstico de melanoma maligno metastático, a imuno-histoquímica é necessária. Metástases para a bexiga seriam uma indicação para uma cistectomia radical, mas a progressão do tumor e o envolvimento linfonodal tornam o benefício da operação duvidoso.O melanoma metastático para bexiga sendo tão poucas vezes sintomático oferece desafio diagnóstico que deve, portanto, ser enfrentado valendo-se de rotinas de investigação completas e bem delineadas no paciente com diagnostico de melanomas malignos, uma vez que o prognóstico é extremamente mais grave quando se tornam sintomáticos.